domingo, 25 de novembro de 2012

Pelotão ou Platão?


Uma viagem na TAP a caminho de Bruxelas. Outra oportunidade de ouvir com frequencia esta interessante forma de falar a língua portuguesa. Sendo a língua deles, recuso-me a designar de sotaque a forma lusitana de falar. Por outro lado, como já somos os brasileiros tão mais numerosos que eles, a nossa forma de falar a língua portuguesa já é predominante. 
Gosto muito de ler o português à lusitana, acho-o de grande elegância. Confesso, contudo, que às vezes tenho dificuldade de entender a fala lusitana, pelo que, quando posso, tento aperfeiçoar-me. Aproveitei o voo para ver dois filmes portugueses. 
Um deles sobre o assassinato pela PIDE salazarista do General Delgado. Sem querer entrar no terreno da troça, alguém poderia imaginar que iriam enterrar clandestinamente o cadáver com o anel de ouro que era o seu sinete e que continha as iniciais HD? Não era uma manobra, o anel foi deixado no cadáver do próprio general. Pois o filme mostra isto e não expressa espanto. 
O “As linhas de Wellington” é também interessante e bem feito sobre a invasão de Portugal por Napoleão. O filme é histórico mas trata de pequenos dramas de diversos personagens numa guerra. Gostei imenso!
Ambos continham legenda em inglês, a qual pareceu-me obrigatória, não encontrei, nem procurei muito, se era possível removê-la. De todo modo, creio que recorri a elas com mais frequencia do que imaginava para entender as falas. Devemos ter bastante cuidado nas traduções usadas nas legendas. O amigo dosReis afirma ter visto uma legenda de “tão longe, tão bom” para o “so far, so good” num filme há alguns anos. 
Eu tive alguma dificuldade de entender a fala do capitão à frente de um grupo de soldados, mas estava seguro que ele não estava a esbravejar Platão, depois entendi que se dirigia ao pelotão. Como a vogal “e” não era pronunciada, fiz confusão. A cena nada platônica ajudou-me a corrigir o que ouvia.