quinta-feira, 31 de outubro de 2013

New Orleans, God save BLACK America!


De NOLA a lembrança mais presente era o Preservation Hall. Havia estado aqui em 1981 e gostei muito da apresentação dos velhinhos tocando jazz tradicional. Piano, cello, bateria, clarineta, pistom e sax tocado por seis vovôzinhos negros.  Ao final da apresentação, até comprei um LP de "Sing" Miller, que participava da banda na época. Ouvi muito o disco de Sing Miller, com seu jeito bem peculiar de cantar. Antes do desaparecimento do LP, gravei em fita. (Numa viagem de carro de Ilhéus para Salvador, com meu pai, era a única fita que tínhamos para ouvir. Sing não caiu no gosto do velho Affonso e após tocar a fita uma vez, desliguei e conversamos um bocado. Esgotados os assuntos, ficamos calados um tempo e a viagem demorava num fusquinha. Do nada, meu pai fala “Bota aquele cara prá cantar de novo”. A monotonia venceu a resistência à voz rouca de Sing). Nunca encontrei um CD Sing Miller para comprar, mesmo tendo procurado muito. Foram várias as tentativas na Silver Platter em Seattle em 1991, ninguém o conhecia. Acho que cheguei a digitalizar o LP mas não o encontro na biblioteca do iTunes. Deve haver se perdido … Não localizei Sing Miller na Apple Store. Pode ser que seja pelo meu acesso limitado à Apple Store Brasil (não entendo muito bem estas peculiaridades da Apple como a de ter acesso limitado às lojas dos outros países).
Lógico que voltei ao Preservation Hall. O ambiente continua como me lembrava, nada mudou … como era de se esperar pelo nome do local. A banda continua com piano, cello, bateria, clarineta, pistom e sax, agora tocados por tiozinhos (o baterista era, com certeza, mais novo que eu e talvez o sax também) dos quais só três eram negros. Tudo muda.
Ah! Não há discos de Sing para vender no Preservation Hall, mas ele aparece numa foto de uma das composições da banda.

Continua havendo muita música tocada em vários pontos do French Quarter, muita gente turistando e bebendo. As bandas de jazz pelas ruas tem qualidade muito variada mas há bons grupos. Fiquei muito impressionado com uma delas, permaneci um bom tempo no grande grupo de ouvintes que se formou e até gravei um pouco. Sou bem controlado em gastos, mas dei uma boa contribuição. O lema é correto: "The more you pay, the better we play".




Prestou atenção na menina da bateria?

A tela do vídeo não aparece completa no post, se quiser ver toda a tela (mesma duração) vá até o Youtube (aqui).

terça-feira, 29 de outubro de 2013

New Orleans, welcome back

Muitos anos depois da primeira visita, retornei a New Orleans (NOLA). Havia estado aqui para o Congresso da Sociedade Americana de Medicina Tropical em 1981. Retornei agora (2013) para um congresso da Sociedade de Administradores de Ciência. Nem imaginava, em 1981, que esta sociedade existia. Participei dando uma conferência: “An Overview on the Brazilian landscape on Higher Education, Science and Technology”. Em 1981, durante o pós-doutorado no NIH, fiz uma apresentação oral sobre um trabalho de esquistossomose “mekongi" em pacientes do Laos emigrados para os EEUU. Não tenho apresentado dados de trabalho cientifico em congressos nos EEUU e deu até vontade de voltar a um congresso por aqui. Um congresso em Seattle seria uma boa oportunidade de rever a cidade.
Estive somente no French Quarter, pois o congresso foi num hotel na Canal Street. A cidade estava animadíssima no sábado à noite e já no clima do Halloween. Passei algumas vezes em frente ao SuperDome. Os Saints ganharam o jogo lá no domingo de abertura do congresso (jogar ao meio dia me pareceu exótico, mas foi o que aconteceu). A vitória se somou ao  clima de Halloween para deixar a cidade bem agitada no domingo. Nesta área não vi os efeitos do Katrina. Talvez já tenha sido recuperado todo o  dano. 
A comida continua boa, pelo menos para quem gosta de comida bem temperada e apimentada (não é a toa que a Louisiana é a terra do Tabasco). Voltei a comer Gumbo e o Po Boy de camarão e a exagerar no café da manhã com eggs, bacon, biscuit .… O Omni Royal Crescent Hotel onde fiquei (535 Gravier Street) tem um buffet de café da manhã que além disto tem scones, bagels, doughnuts etc. 
Ainda sobre comida, perto do hotel há um local simples que estava sempre com espera, tanto no café quanto no almoço. Esta é uma indicação segura de boa comida. Experimentei o Red Gravy e não me arrependi, muito boa  a comida. O nome não tem muito a ver com o fato de ser cozinha italiana, acho eu. Não é uma pechincha, pela simplicidade do local, mas o preço é honesto, pela qualidade da comida.

Para não ficar longo, falarei do jazz no próximo post.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Cidade do México, mais uma vez


Estou em New Orleans, mas me obriguei a escrever antes mais uma viagem relâmpago à Cidade do México.
Há alguns anos estive na Cidade do México, na ida para um congresso em Mérida. Foi uma visita interessante, gostei da cidade, mas não cheguei a ficar impressionado. Lembro bem do Museu Nacional de Antropologia e da Catedral. Boa comida mexicana e excelente tequila são, também, boas lembranças.
No ano passado tive uma reunião de um dia na Cidade do México e num hotel perto do aeroporto. Nem vi nem senti nada da cidade. 
Esta visita em outubro foi também muito curta e a trabalho. Cheguei numa 3a-f de manhã e na 5a-f de noite viajei de volta. Ambos os dias trabalhando, se vi algo foi porque o hotel ficava em pleno zocalo. Na verdade não vi muito, é mais para registrar a boa impressão sobre o Museu da Medicina (a reunião promoveu um jantar lá).
O prédio (foto ao lado) originalmente da Inquisição, passou pelo exército e depois à Faculdade de Medicina. Hoje só há aulas de história da medicina. Está bem organizado e, embora não tenha material muito antigo, mostra uma preocupação de registrar a evolução da medicina no país. Senti falta da medicina asteca, nada de antes da influencia europeia. 

Na verdade, senti falta de México na Cidade do México:
  • não consegui comprar uma guyabera decente (tive pouco tempo para procurar, mas visitei três casa de camisas na hora do almoço e na que vi guyaberas eram impossíveis de comprar);
  • as fajitas servidas no almoço pareciam feitas nos EEUU;
  • não consegui comida mexicana no aeroporto, todas os lugares de comida eram cadeias americanas.

!Pobre Mexico, tan lejos de Dios y tan cerca de Estados Unidos!

A foto abaixo é a visão de manhã da vista do meu quarto para a praça do Zocalo, e a mesma vista à noite está acima do post.